terça-feira, 30 de dezembro de 2008
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Lançamento do "Livro de Família"
Aos que quiserem adquirir esta obra por dez reais é só comunicar-se comigo pelos e-mail's icaroazevedo@uol.com.br ou jazevedo2008@gmail.com
Grato.
sábado, 29 de novembro de 2008
LINK's ÚTEIS.
a) Sobre consulta de preços dos remédios
b) A respeito de Literatura.
UTILIDADE DO IDOSO
Um dos nossos municípios com estância balneária de águas minerais - de pequena dimensão - provou estes argumentos ao dotar toda a sua administração de primeiros a terceiros escalões com pessoas da terceira idade obtendo excelentes resultados. Pena que os políticos não se interessam por estes modelos administrativos, pois lá não há conchavos, conluios e nem mancomunações. E, tudo está assim por causa da competitividade acirrada por dinheiro e pelo engalfinhamento dos endinheirados, com finalidade de poder rezada na cartilha do capitalismo selvagem, implantado no mundo globalizado pelo "Consenso de Washington". Não conhecem o amor, não se interessam pelo bem do semelhante e sequer ouvem o grito dos despossuídos. Já dizia Martin Luther King "O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
Os velhos não silenciam e são bons. Por exemplo, conheço um tentando ser lido por quem pode solucionar o problema.
No mundo contemporâneo, a capacidade de amar está se esvaindo na desqualificação da excelência humana, porque as pessoas se relacionam de maneira utilitarista egoisticamente.
Há também um pensamento Azevediano que diz: " Até no limiar da Juventude Acumulada eu comia fogo e cuspia brasa, agora sou um borralho pachorrento".
Azevedo – Ribeirão Preto – 27/02/2007
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Livro de Família
A BICICLETA.
Um episódio bastante exemplar Maicro experimentou quase no final da sua vida. Vindo da roça para a cidade, o objeto de maior importância que levou foi uma bicicleta que fez história na sua vida. Foi a condução rural para os deslocamentos de casa para as roças, e de casa para os passeios aos bailes e nos namoros. No noivado, viajava mais de 50 quilômetros de distância. Nela transportava seus irmãos menores, a esposa e até sua mãe. Serviu a ele, ao Zilo e ao Oducha durante mais de quinze anos na cidade para locomoção ao trabalho e em alguns passeios, de maneira adequada e útil em todos os sentidos, podendo ser considerada o objeto de maior proveito para a família. Pois bem, eram pessoas a utilizar a mesma condução e o faziam em perfeita harmonia entre os tres. Após a evolução social de Maicro e a morte de Solarzé quando possuíam juntos três automóveis novos e dois usados; o filho mais velho de posse de dois carros novos e um velho, Maicro um novo – o melhor de todos – e outro velho, e o filho mais novo um velho, brigaram as duas famílias porque quiseram usar o melhor carro – uma perua Mercedes, adaptada – do pai ao mesmo tempo e para passeios em lugares diferentes. Esta condução havia sido adaptada para o transporte de 8 pessoas de maneira tal que poderiam viajar juntas as tres famílias. No mês de setembro Maicro agendou uma viagem utilizando a Mercedes, a fim de passar as festas natalinas daquele ano no litoral. Porém a intenção do velho era de que pudessem fazer a primeira viajem, cumprindo a finalidade da condução: transportar as três famílias. Em meados de novembro, o filho mais novo mudou de idéia e resolveu visitar o sogro nas férias de fim do ano, distante 1.200 kilômetros, contando para isto com a Mercedes. Como já havia sido programada a viagem para o litoral, não pode satisfazer a vontade do filho, Oducha. Por sua vez este argumentou que o seu irmão poderia utilizar os seus carros novos para se deslocar até o litoral e o carro dele, sendo mais velho, não agüentaria a viagem por ser distante. Portanto, em virtude de tudo isto, os dois se desentenderam e estragaram as festas das famílias naquele ano. Daí Mairco chegou a seguinte conclusão: enquanto eram simples e humildes convivíam harmoniosamente servindo os tres de uma só bicicleta; e quando as três famílias tinham cinco veículos, os dois brigaram por questões de poder.
Portanto, nestes tempos da era cibernética, da ciência e tecnologia progressivas da economia globalizada e dos governos liberalistas, tornar-se pai deixou de ser sublime como nos tempos Bíblicos, por exemplo. Em tempos não muito remotos, na década de sessenta, tais como os Patriarcas Bíblicos Abraão, Isaac e Jacó, os pais eram exaltados por suas descendências e respeitados na velhice pela nobre missão de dar-lhes a vida. Como vemos no quarto mandamento do decálogo, os filhos deviam honrar pai e mãe, reverência esta que até pouco tempo era hábito. Costumavam os filhos tratar seus pais com apreço e mesura desde ao primeiro cumprimento do dia no café da manhã com o pedido de bênção, até ao dormir com a mesma solicitação da graça Divina. As famílias viviam em verdadeira harmonia, quer no lar, no trabalho e até no lazer. Os filhos faziam refeições juntos; noivavam e casavam consensualmente concorde com os pais; pediam opinião dos pais nas decisões importantes; entregavam todo o produto do trabalho - quando não faziam parte da mesma empreitada - aos pais, vivendo em perfeito vínculo de uma sociedade de economia familiar bem sucedida e, por aí afora.
O que vivemos hoje, nos tempos ditos modernos, é a ironização da sociedade aos filhos que ainda tratam seus pais com respeito, é uma verdadeira demolição dos sadios costumes nas relações entre pais e filhos; em fim, um autêntico desmantelamento do núcleo familiar.
O desenvolvimento social e econômico do mundo moderno com os pais abençoando os filhos num talão de cheque, ou obrigando-os a esmolar na rua, originou maiores distâncias entre o rico e o pobre. O encurtamento das distâncias nas comunicações pela velocidade e quantidade das informações midiáticas entupiu o canal de comunicação dentre filhos e pais. O alargamento dos espaços nos conglomerados urbanos e o esvaziamento da permanência paterna na zona rural criaram distâncias maiores. A falta de perspectivas para os jovens se desenvolverem ficou ofuscada pela globalização da econômica e desuniversalização do trabalho. A desilusão dos idosos e o egoísmo pela competição financeira desmedida dos jovens tornaram-se quase impossível para pais e filhos permanecerem fiéis à tradicional convivência fraterna das famílias.
sábado, 8 de novembro de 2008
Comentário sobre o Livro TRANSIÇÃO
Obrigado por você ter lido o livro todo.
Embora narro no livro tema das transições desde o nascer até o morrer, enfocando mais a transição do homem sofrido e ingênuo da roça para o cidadão ladino e urbano, as personagens - pouco na primeira parte e nada na segunda - têm a ver comigo propriamente. A primeira parte é um intróito e a segunda o corpo do livro com as mesmas personagens nos diversos segmentos da vida: pode ler de novo e verificar que tudo é metaforizado. A personagem Zé Baiano tem alguns lampejos com a vida do escritor. Só, também. Lógico que não narraria episódios desconhecidos, porém se você ver alguns com semelhança da minha vida isto é somente uma analogia. As pessoas vistas e identificadas por você, poderiam ser de tal maneira o Tito, o Abade e o Renato como quaisquer outras tantas existentes na minha imaginação. Trata-se do coletivo e não o individual. No meu mundo há muitos poucos Titos, muitos Abades e inúmeros Renatos. Como o Azevedo poderia encarnar as cinco personagens principais e as duas secundarias? Explico: procurei englobar as sete principais atividades para um indivíduo empreendedor vencer as diversas barreiras da vida, e para cada uma destinei uma protagonista. Então, a familiar está representada por Zé Baiano, a profissional por Leontra, a estudantil por Zé Icaro, a social por Chaline, a religiosa por Capelônio, a amorosa por Romeu e a folclórica por Folclorino.
"Já terminei de ler seu livro. Foi uma surpresa para mim. Eu realmente ia ler seu livro por uma questão de amizade, de consideração e de gratidão, pois você é uma pessoa muito querida por mim, pois você se fez querido por mim, por estar sempre presente nos momentos que eu precisei de você e também por termos vivido uma história em comum e inclusive por termos até um sobrenome em comum( isso é brincadeira). Mas eu disse que seu livro foi uma surpresa, pois mais que uma história de vida é retrato também de uma época. Você retratou muito bem a vida do homem do campo, a sua luta com a terra pela sobrevivência, os desafios, as frustações e acima de tudo a fé , a esperança por uma vida melhor. Prendeu muito a minha atenção, talvez porque eu tenha me identificado com muitas situações. Achei muito rico de conteúdo, é uma história de vidas, de exemplos positivos e acima de tudo é uma lição de vida. Oferece base para uma análise sociológica e pesquisa da vida do homem do campo. Achei interessante a sua doação dos livros às escolas. Consegui identificar muitos personagens, como Dr Renato, Abade, Tito, mas não consegui identificar e nem lembrar do nome do seu irmão funcionário do Inss, que trabalhou e se dedicou tanto e não teve reconhecimento e nem valorização pelas "VAIDADES DAS VAIDADES" da época. Me fale uma coisa, Romeu é você? É o seu lado sombra ? Tem coisas muito interessantes no seu livro e uma parte que me chamou a atenção é quando você relata que seu irmão bebia urina quando trabalhava, e você sabe que tem uma técnica de tratamente alternativo que se chama URINOTERAPIA ? Eu conheci um caso de uma gerente da Caixa Economica, agora não lembro se Federal ou Estadual de Rio CLaro, ela teve cancer , e ela disse para mim e outros pessoas em um CUrso na Universidade Federal de São Carlos, que ela tomava urina (dela mesma), e assim como ela outras pessoas. Tem um remedinho que você falou lá que também me interessou, vou procurar saber se ainda existe.INteressei - me também pela técnologia do Cupim. Não sabia que você participou no Projeto Rondon, Jari e etc. Parabéns AZEVEDO, é muito bom ter histórias para contar e acima de tudo ter o dom para contar e o mais difícil ainda transmiti -las através de palavras que que expressam vida, calor humano,sentimentos, paixões,sonhos, lágrimas e acima de tudo saber que veio nessa existência e não foi em vão pois plantou árvores, teve filhos e escreveu o livro da vida. Lembrei - me agora de uma frase que li em Gramado, na Casa do Papai, escrita em um quadro de madeira, que fica fixado em uma parede quando se desce para a adega, diz assim ( acho que é mais ou menos isso )" Um homem para ser feliz precisa de uma família e um pedaço de terra" .Eu me lembro que quando li isso tocou - me o coração e eu saí de lá de dentro chorando, acho que mexeu com minha raízes, alguma coisa armazenada no meu inconsciente. Seu livro também mexeu muito comigo, com minhas lembranças pois fui criada até 8 anos na fazenda. Adoro quando chove e eu sinto o cheiro da terra. Parabéns Azevedo, por você ser você mesmo, seu carater, integridade, coragem e honestidade.
ABS Marina"
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
VAIDADE DAS VAIDADES! TUDO E VAIDADE
Em Outubro de uma primavera, já no século XXI, os trabalhadores de uma repartição pública cansados de esquecer o seu dia nacional, lembraram os velhos tempos e resolveram confraternizar, não mais à moda antiga, porém enquadrada à era do venha-tudo-a-mim e para-você-nada, ou no hábito arraigado do faz-de-conta.
Conforme o combinado, contrataram o melhor restaurante da cidade para uma festa de dar ibope. O Supervisor da Associação, César Marques, personalidade associativa, político ativo, bem relacionado e filiado ao maior partido deu a partida para os preparativos fazendo os convites por uma teleconferência com o pessoal da ativa e pela propaganda de boca-a-boca para os aposentados. O aposentado de ponta, um homenzarrão com dois metros de altura por um de largura e papudo fazia jus ao apelido de Chemipápudo foi o iniciante da tarefa. Enquanto o pessoal da ativa completou o trabalho em menos de uma hora, os inativos demoraram quase um mês. Antes de chegar à publicidade sugerida, Chemipápudo tentou divulgar o evento por telefone, sem resultado, quase todos inexistentes; prosseguiu por carta, retornada a maioria por falta de endereço. Foi aí que surgiu a idéia de fazer plantão dentro do Banco da Cidade segundo dia útil do mês. Antes da abertura das portas já se formavam uma fila do lado de fora e nela, além de outros aposentados, lá estavam Anafúede e Mário Moca, dois antigos aposentados já nos seus oitentões, esperando para embolsar os proventos. Estes foram funcionários homenageados com medalhas de honra ao mérito pelo desempenho funcional, passaram por várias chefias e desembocaram na reta final, um como presidente da Associação dos Funcionários e o outro Prefeito da cidade. Duas personalidades merecedoras de todo respeito.
Chegado o dia aprazado, 28, os primeiros a chegar dentro do horário foram os personagens protagonistas, inclusive o observador Dovézea, este ainda setentão, mas já carcomido pelos reumatismos, corroído fisicamente para a morte, porém altivo espiritualmente para a vida; ladeado à esquerda por Chemipápudo e à direita com Anafúede, Mário Moca e o filho deste como acompanhante.
A canseira para o convite dos aposentados foi o tema de abertura para a fanfarronice de Chemipápudo. Blasonava ele de seus feitos com relação ao passado. Por que os aposentados sequer têm telefone? O endereço consta como do filho tal e tal? Eu ainda faço-e-aconteço, tenho celular Iphone, comunico pelos sites de relacionamentos, aonde vou levo meu notebook. Olha aqui, pondo-o em cima da mesa. É dos mais modernos; com ele falo e vejo meu filho nos estrangeiros, jogo playstatio e nintendo, assisto TV e, por aí afora. Antigamente a gente tinha carrinho de rolemã, mas agora tem carro inteligente que até conversa com o motorista. Neste computador e com ele na internet, relaciono-me com os amigos no Orkut e guio-me nas viagens pelo GPS, e monitoro a minha casa. Isto é maravilhoso! é progresso! Estamos na era da tecnologia e ela existe para ser utilizada. Será que ele domina as configurações de TI?, murmurou alguém do outro lado da mesa, na ausência para uma necessidade fisiológica.
Devézea, neste instante, interrompe e argumenta com seus circunstantes: Tudo isto é uma beleza; entretanto, no meu tempo a agente tinha amigos, hoje tem concorrentes em quaisquer segmentos da sociedade e até no famíliar. Progredindo como está a tecnologia, a mídia já prevê em breve o monitoramento pelo Google de todos os internáutas navegantes pelos seus sites, principalmente nos de pesquisas. Eu não sou nenhum profeta catastrofista , mas logo logo estamos todos chipados. E, o pior é que os manipuladores de chip’s terão acesso a todos os dados das pessoas chipadas.
Anafúede e Mário Moca ficavam somente prestando atenção nas conversas sem emitir comentários, somente respondente sim..., não..., talvez.... Com o barulho do vozerio, tudo era inaudível para eles. O pai ao lado do filho não trocaram uma palavra sequer e este conversando raramente amenidades com Devézea.
Estando presente a maioria dos aposentados, começaram retardadamente a comparecer os colegas da ativa, a princípio os desconsiderados e, à medida que passava o tempo iam chegando os mais considerados obedecendo a ordem da graduação, até por último o pessoal da elite. Estes como quê adotando a passagem do Evangelho dispondo: “os primeiros são os últimos e os derradeiros serão os neófitos”,assim conjeturavam.
Ao passar do tempo iam chegando pessoas, e mais pessoas, na proporção de dois inativos para cada dez ativos e no total aproximado de oitenta indivíduos. Os aposentados mais velhos ficaram nos fundos da sala - desconhecidos e ignorados - e os trabalhadores na frente – ilustrados e lembrados. Os aqui tratados como protagonistas foram os tritagonistas dentro da moderna realidade, sem ao menos notadas suas presenças. Considerados atores de quinta ordem.
À medida que iam entrando no recinto pouquíssimos colegas cumprimentavam efusivamente, alguns dispensavam um simples aperto de mão aos já presentes e os da elite sequer enxergavam os convidados. Entretanto, César Marques tendo comparecido já no final do evento fez questão de cumprimentar todos com forte aperto de mão.
Personagens das personagens, tudo é considerado personagens; assim como “vaidade das vaidades!, tudo é vaidade”(ecle.1,2)
E Dovézea completa: Tudo passa, tudo muda neste mundo de ilusão, vai para o céu a fumaça e fica na terra o carvão.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
ESTAMOS FICANDO DOIDÕES
1- As abreviações do número 5 são: naum, tbm, qdo, xau, msm, dps ... não, também, quando, tchau, mesmo e depois?. Se não for fiquei louco varrido.2- Falta do 9 e a repetição do 11 não foi observado, o que demonstra estar no limiar da demência.
3- Nas piadas do 7 e no sorriso do 11 quem acertou, serve para esquecer as loucuras.
4- Nos demais números, se ainda não estiverem sendo utilizando, está portanto, juízo perfeito.
5- Agora, que já estamos no começo da loucura coletiva, AH!!! isto estamos, pois até o tempo está doidão nesta destemperatura toda. Então vejamos: é a bolsa caindo, o PT subindo, as informações amontoando sem a gente poder conhecer sequer 0,0001% de tudo que recebe na internet, nos e-mail's, as revistas, as malas diretas, os jornais, nos sites de relalcionamentos. Agora, o Google, com o lançamento do Chrome (ou chrone) está chipando todos. Se todos ficarmos chipados, quem vai usar e para quê esta infernal invenção?. É o fim do MUNDO.
Está sendo mandando este e-mail a todos, utilizando um TEMPO que não se tem.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
LIÇÃO DA VIDA
Lições existem muitas, porém Zé Baiano pensa e analisa somente 4 delas: da família, da escola, de casa, e da vida. Na medida da necessidade, tudo começa com a da família, onde o rebento já começa sentir as influências dos pais no ventre, quando o ente é bem vindo. Prossegue com os ensinamentos dos professores quando a criança é matriculada, continua com os deveres do lar, se os afins assim permitirem e termina com a lição da vida. O que não foi assimilado nas lições anteriores na da vida fatalmente é aprendida.
Foi assim pensando que ainda na tenra idade adolescente analisava quatro sofismas hipotéticos, uma vez admitida a verdade de suas premissas, oferece uma conclusão necessariamente verdadeira, tradicionalmente designados por termos mnemônicos. Já sua esposa Eturina, de pouco inteligência, o questionava sobre tão complicada análise. Um pouco atrapalhado, mas convicto na sua proposição dos acordos assim explicou. Trata-se de fazer funcionar o cérebro, a partir da coroa craniana, para ativar a memória espalhada pelo corpo inteiro. Sua esposa não entendeu, porém com a vivência diária acostumaria com as idéias e assim, aprenderia como os nuares.
O mais difícil não era o quotidiano dos ensinamentos a Eturina, mas a transmissão motivadora de tudo aos dois filhos vindos anos após o casamento.
Zé Ícaro, mais saudável do que o irmão desenvolveu com boa cabeçorra inteligência para vasculhar as informações filosóficas, porém Leontra, com sua robustez musculosa progrediu no físico.
Na vida a quatro, Zé Baiano então pensou, pensou, pensou e colocou as análises no laboratório da sabedoria para traçar os rumos do progresso. Manipulou silogismo com sofismas, preparou ignorância com incapacidade e colocou tudo no tubo de ensaio para obter o produto. E, que produto Zé Baiano extraiu! Não sabia o que sabia, mas soube pela força das circunstâncias.
Partiu, então da suposição, uma hipótese da sabedoria para dissecar a honra, a qualidade e a profissionalização. Quem vive supondo pode morrer na ignorância. A honra, por sua vez, dignifica o honrado por representar o sentimento da própria dignidade. A virtude está aí explícita. Daí, então pode-se refletir sobre o certo e o errado, a certeza e a dúvida, a suspeita e a confiança, e por aí afora. A qualidade como característica superior distintiva e positiva que faz a diferença entre as coisas e sobressair em relação às pessoas. Esta proposição a respeito das coisas não teve a análise do filósofo, porém em relações humanas deu a receita de ser autêntico e franco, fazendo-se acatado.
A pessoa honrada sustenta suas palavras como contrato assinado nas relações prestadoras de serviços, executando o trabalho com amor e perfeição.
Quem trabalha visando a qualidade do seu labor faz tudo da melhor forma possível. Já no profissionalismo nada pode ser feito mirando a pessoa, mas sim a seriedade e impessoalidade da ação.
Nas lições da vida, nada melhor do que refletir sobre os bem-sucedidos como Bill Gates, por exemplo. Foi assim pensando que Zé Baiano deu uma aula de sócio economia aos filhos na presença da esposa numa reunião de família com o salão repleto. Disse ele naquela ocasião àquela platéia ávida de conhecimentos. Ele fala em primeiro lugar da ineficiência das escolas ao ensinar no faz-de-conta. Muito se falam das carências da escola pública. Ali falta tudo, desde os materiais permanentes até o bom senso do aprendizado. Não tem banco apropriado para sentar e escrever e os que têm estão apodrecendo. Não tem banheiro limpo para as necessidades fisiológicas e sequer quem os limpe quando suja. Não tem papel, livros, cadernos e outros materiais de consumo obrigatório. Principalmente não há pessoal docente, de apoio e nem discente capacitado, bem remunerado e motivado para o ensino e a aprendizagem. Professor e aluno se esforçam para ensinar e aprender dentro desta precariedade. E, das escolas privadas, o que se pode falar?. Perguntou Zé Icaro. Estas, quando bem estruturadas ensinam com qualidade, mas inatingível pela população de classe B ou C, somente para a classe privilegiada A, resultado de uma política errônea privatizante dos governos neoliberais. Se esta ineficácia não bastasse, os governos corruptos dos emergentes desviam grande parte dos recursos destinados à educação. Por outro lado a ineficiência está preza na forma, no método e no jeito de ensinar. E, porque não dizer na maneira de administrar a educação? acrescentou Leontra, um crítico ferrenho de governos mal intencionados. E Zé Ícaro completou: a avaliação do aluno é falha no aspecto metodológico com interrogações alternativas com uma opção obvia, difícil de se errar. O mais grave é aprovar o aluno, empurrado para séries superiores, a fim de não ocupar muito tempo da escola. Aprova-se sem o mérito da sabedoria. Escolas formando profissionais incapacitados para a vida profissional. Daí a dificuldade do formando conseguir emprego na atividade escolhida, completou Zé Baiano.
Passando adiante, entrando no tema proposto sobre a Lição da Vida Zé Baiano dissecou seus conhecimentos nesta área com breves e concisas reflexões, a ponto de prender a atenção da platéia. As pessoas fincavam as nádegas na cadeira como que para permanecer intacta, atenção preza ao expositor, olhos fixos no orador, orelhas de pé para escutar melhor, sem um pio na sala.
Não vou dar conselhos, mas simplesmente opinar a respeito de como faria seu amigo Zé Baiano se estivesse no lugar de cada um de vocês. Empinou o tronco, estufou o peito e levantou a cabeça, com uma postura própria de um Rui Barbosa e soltou o verbo. O que vou aqui expor vocês não aprenderiam na escola, completou o Pai-Mestre. Não aprende nas lições da escola por que lá a vida é fácil, o aluno precisa progredir na escala proposta e saem para a Lição da Vida sem aprender o que empregar na profissão.
Na vida prática as lições são bastante difíceis e a maneira de viver não é fácil, mas o método é eficaz; ou você é ou não é; porque lá não há o faz-de-conta da escola.
No mundo, a sociedade não está preocupada com a valorização que o profissional se dá, mas o que ele pode oferecer. Portanto, não espera que os outros reconheçam o seu bem estar consigo mesmo. Ao conseguir o primeiro emprego, não pense em um bom salário para uma independência econômica, mas em sacrifícios para a purificação. Telefone, carro, casa e lazer somente na meta a longo prazo.
Reclamações de professores exigentes há muitos alunos queixosos, mas na empresa os chefes serão dez vezes mais cruéis. Se tentar uma reclamação, não haverá a condescendência escolar da aprovação sem mérito, na reincidência ainda receberá advertência.
No emprego estável, o aproveitamento das oportunidades é condição essencial, mesmo num cargo elevado executando tarefas simples. O “não” é uma palavra inexiste no dicionário. Os ascendentes do profissional de hoje começaram a trabalhar nas tarefas mais insignificantes. Se houver fracasso não é culpa dos pais, nem da escola, pois o erro é bom mestre para aprender com ele.
Os pais de profissional vigente não eram tão críticos como agora, tendo ficado assim depois de passar à vida adulta e conhecer o filho até seu âmago. Antes de acha-los ridículos e querer consertar o mundo, comece o dia limpando o dormitório e arrumando a cama.
Na escola pode até ter havido a distinção entre vencedor e derrotado, mas no trabalho não é bem assim, lá a vida é como uma gangorra, enquanto um está em cima o outro está em baixo. Na escola o aluno tem recreio, férias e tempo para lazer, mas na empresa o empregado pode não ter fim de semana na praia, férias no verão e às vezes o descanso remunerado.
Computador? Somente para o acessório do trabalho, a virtualidade da internet passa, na empresa, a ser a realidade da situação. Há alunos críticos dos “CDFs” , os julgados bobos por aproveitar a hora do recreio a fim de colocar as tarefas em dia, porém haverá uma grande probabilidade de vir a ser empregado de um deles.
Durante pouco mais de meia hora para expor as suas idéias, Zé Baiano falou com tanta convicção sobre as dificuldades das lições da vida, que chegou a molhar a camisa de suor, pois já na sua meia idade, sentiu na pele os sacrifícios desta experiência.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Novo Windonws 7 vem vindo por aí...
Haja memória, paciência e tempo para acompanhar tudo isto. Se um aferrador ricaço que nada tem a fazer enveredasse todo o seu tempo para isto, sequer aguentaria dominar 1% de tudo isto.
Adeus à Privacidade na rede
14/10/2008 = Adeus à privacidade na rede
Visite o site do El País
terça-feira, 7 de outubro de 2008
DENÚNCIA SOBRE O NIÓBIO
Eis aí aos colegas da Receita Federal do Brasil uma denúncia que eu mesmo já li e vi em outros meios de comunicação a respeito do mais proveitoso minério do planeta: o NIÓBIO.
Este minério é abundante em Roraima estando localizado exatamente na reserva RAPOSA SERRA DO SOL Pelo que sei somente o Brasil possui tão precioso mental e a sua preciosidade está vinculada à construção de naves espaciais. Está aí o grande interesse de ONG's internacionais, inclusive a do Prícipe Charles da Inglaterra.
É também o calcanhar de aquiles para a decisão do STF a respeito de ser considerada reserva indígina contínua, ou não, com divisa geográfica estrangeira. É, também, de grande interesse aos arrozeiros. Como reserva indígina ou de uso econômico trata-se de uma região das mais ricas do planeta, portanto objeto de grande cobiça de entidades brasileiras e também de organismos internacionais.
domingo, 7 de setembro de 2008
INGRID BETANCOURT e O MILAGRE DA LIBERDADE
Ingrid Betancourt revela como Deus tocou seu coração
Confidências após a audiência com Bento XVI
Por Carmen Elena Villa Betancourt
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 2 de setembro de 2008 (ZENIT.org).- Após os 25 minutos de encontro com Bento XVI ontem, no palácio apostólico de Castel Gandolfo, a ex-candidata à presidência da Colômbia, Ingrid Betancourt, revelou em uma coletiva de imprensa como Deus lhe tocou o coração em seu cativeiro.
Antes de ser seqüestrada, em fevereiro de 2002, Ingrid era uma mulher de pouca fé; ela mesma reconhece isso. Contudo, durante os quase 7 anos que permaneceu em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), no sul da selva colombiana, os únicos livros que tinha consigo eram a Bíblia e o dicionário; assim, durante os longos dias de cativeiro, ela se dedicava a ler e meditar a Palavra de Deus.
Consagração ao Sagrado Coração
Ingrid todos os dias escutava o rádio para poder se distrair e se informar. Um mês antes de sua libertação, em 1º de junho passado, estava ouvindo a Rádio Católica Mundial e escutou as promessas que experimentaria quem se consagrasse ao Sagrado Coração.
Ainda que Ingrid reconheça que não se lembra de todas, enumerou-as aos jornalistas: a primeira é tocar o coração duro de quem lhe faz sofrer; a segunda, abençoar os projetos do interessado; e a terceira, a ajuda para carregar a cruz e a presença divina na passagem da morte.
Ingrid relata que, ao escutar estas promessas, disse: «Isso é para mim. Eu preciso que Deus toque o coração duro da guerrilha, que toque o coração duro de todos aqueles que não deixam que a nossa liberdade se manifeste».
«Eu preciso que a minha missão, que é a de obter a liberdade de todos nós, Ele a tome para si, que a abençoe e permita que isso aconteça. E eu preciso que Ele me acompanhe para levar esta cruz porque sozinha eu não posso mais», comentou a cidadã colombo-francesa.
Ao conhecer estas promessas, Ingrid comenta que disse ao Sagrado Coração: «Jesus, nestes anos eu nunca te pedi nada. Mas hoje sim vou te pedir algo: como este é o mês do Sagrado Coração, teu mês, vou te pedir que me faças o milagre, não de minha libertação, porque não creio que seja possível, mas faze-me o milagre de que eu saiba quando vou ser libertada, porque se eu souber quando, por mais que seja dentro de muitos anos, vou ter a força para agüentar. Se tu me fizeres esse milagre, Senhor meu, serei tua».
Ingrid conta que disse ao Santo Padre: «Eu não sei o que quer dizer ser de Cristo». Ele lhe respondeu: «Ele vai te mostrar o caminho».No dia 27 de junho, um comandante das FARC foi falar com Ingrid: «Há uma comissão internacional que vai visitar os prisioneiros e é muito provável que alguns de vocês sejam libertados».
Ingrid conta que o Santo Padre lhe disse: «Ele fez o milagre de sua libertação porque você soube pedir. Porque você não lhe pediu a sua libertação, mas que se fizesse a vontade d’Ele e que Ele a ajudasse a entender essa vontade».
Crer em Deus
Betancourt aproveitou a ocasião para convidar todos aqueles que não crêem: «Há muitas pessoas que estão distantes de Deus e não querem acreditar, e tantas pessoas que têm vergonha de crer em Deus. A única coisa que posso lhes dizer é que há alguém que nos ouve e nos fala com palavras e que se nós entendermos como falar com Ele, Ele vai nos ajudar».
Após a audiência, Ingrid assegurou que Bento XVI sempre ora pelos seqüestrados: «O Papa leva a dor dos que sofrem em sua alma», é um «homem de luz».
Igualmente, enviou uma mensagem de alento àqueles que foram seus companheiros no cativeiro e que ainda não foram libertados: «Sei que esta voz vai chegar à selva colombiana. Sei que logo vou abraçá-los na liberdade».
Também fez um apelo aos membros da guerrilha, que atualmente têm cerca de 3 mil seqüestrados em seu poder: «Vocês me tiveram sete anos cativa. Eu os conheço profundamente, conheço sua organização, sua maneira de pensar, seus objetivos. Hoje quero dizer-lhes que o mundo está esperando por vocês. O mundo quer que haja espaços em sua mente para que vocês alcancem a paz na Colômbia. (...) A resposta está no coração de vocês, não nos cálculos militares e políticos», concluiu.
ENVELHER – LICÕES PARA NÃO...
Há quem diz ser o envelhecimento assustador para o novo – o moderno – porém dentro da atual realidade, nem a morte assusta mais ninguém. A vida tornou-se uma banalidade dentro do egoísmo reinante.
No meio desta realidade, digladiam-se os defensores de que o velho é aquele que só pensa em si, esquecendo dos outros; mas há quem condena esta tese para defender o amor em si, e os outros que se cuidem; puro narcisismo.
Para entrar nesta luta dizem os otimistas, os que vivem de bem com a vida que o homem envelhece, de fato, quando esmorece-se e deixa de lutar, quando não mira a natureza e o desenvolvimento da sociedade. A vida. Olhando o passado, pode-se tirar lições dos erros e mirando o futuro, corrigi-los. Na juventude aprende-se coercitivamente, na meia-idade pelo necessário e na velhice pela compreensão experimental. Neste sentido dizem que o vinho velho é melhor. Quem tem olhos para ver, enxergam a comparação.
“Estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo” defende um autor anônimo, pois é a acertiva mais contundente para o envelhecer com qualidade.
Fala-se, ainda, uma frase Azevediana que o jovem vive no acidente da natureza, mas o idoso perdura como uma obra de arte na passagem do tempo aproveitado e conquistado nas batalhas da vida.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
BAILE À FANTASIA
Entretanto, se o marido fosse Romeu, sem quaisquer dúvidas poderia dar-lhe crédito, porque era o símbolo da honestidade, tão em desuso hoje. Levou muito a sério o compromisso matrimonial exposto à comunidade nas cerimônias do casamento: “... na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até que a morte os separe”.
Certa vez, já na época modernista do“casa descasa, ajunta e separa”, ocorreu um episódio bem interessante, fora de moda é verdade, mas bem ao estilo do romântico Romeu.
O jovem casal foi convidado para uma festa à fantasia. Na noite do evento, a esposa foi acometida de uma terrível dor de cabeça. Então disse ao marido que fosse sozinho. Embora ele gostasse de estar sempre acompanhado da esposa, resolveu ir desacompanhado, porque se tratava de uma promoção meritória de um grupo de amigos. Assim, pegou a fantasia, despediu-se da esposa com um beijo, como de costume, e foi. A mulher após acordar de um leve momento de sono, percebeu haver passado a dor de cabeça e, como ainda desse tempo, decidiu ir também à festa com a idéia mais intencional de espreitar o marido do que se divertir, pois tinha certeza de que ele ignorava o estilo da sua fantasia.
Chegou à festa e logo deparou com o esposo fantasiado no salão, dançando com uma linda mulher, beijando aqui, passando a mão ali, entreolhando-se com olhos de peixe morto... Ela, matreiramente, foi se achegando como quem não quisesse nada, jogando beijinhos e mostrando olhares maliciosos até que... conquistou, tirando-o dos braços da desafeto, não sem antes se entregar totalmente a ele. Ela deixou-o ir até onde quis com sensualidade, as mãos e a intenção, afinal era seu marido, pensou...
Ele sussurrou uma esperada proposta em seu ouvido que, prontamente foi aceita: estava de prontidão a armadilha na sua mente. Só faltava cair a presa, e ela o desmascarar. Foram para o carro e lá “ficaram” na linguagem moderna, sem retirarem as máscaras, de acordo com a avença. Assim que terminou a “coisa”, ela pediu desculpas ao deixá-lo de imediato e foi embora, e... pelo caminho imaginando: que sem vergonha!, homem sem caráter!, todos eles são iguais!... que desculpa vai dar sobre seu comportamento na festa quando chegar em casa? Vou desmascará-lo, pegar minhas trouxas e ir embora de lá; vou para a casa da minha mãe. E... assim foi matutando até chegar, deitar-se e pegar algo para ler até o regresso do marido.
Quando ele regressou, ela de livro na mão se pôs de pé e, com a cara mais dissimulada do mundo, perguntou-lhe: como foi a festa, meu bem?
– Ah, a mesma coisa de sempre, não é?... Você sabe que eu nunca me divirto sem você ao meu lado, entende meu anjo?
– Mas, você não dançou com ninguém? Nem sozinho, meu bem?
– Com ninguém e nem sozinho, você me conhece, meu anjo! Encontrei lá os meus amigos Zé Ícaro, Leontra e Folclorino e na cozinha resolvemos bater papo, contar piadas e jogar cartas e assim passamos o tempo todo; você conhece como é o Folclorino... ao lado dele todos se divertem. Mas, vou lhe revelar um fato curioso: um colega de Folclorino não levou fantasia, e como já havia decidido não usar a minha, a emprestei a ele. Você precisava ver como estava esfusiante no fim da festa, alardeou para todos nós haver tirado o maior proveito da vida com uma mulher incrível!!!
Se ela revelou ao marido quem era a mulher inacreditável, ninguém soube; porém nunca mais duvidou da fidelidade de um esposo romântico. Marido fiel?... É uma espécie em extinção!
ZÉ DA BAIA, OU PROCURADOR DE PEÇAS?
Nos seus esforços para trabalhar honestamente e no ânimo a fim de estudar com afinco, empregava tudo o que fosse possível para alcançar os principais objetivos. Por isso, enquanto trabalhava na oficina, levava cadernos e livros para estudar nas horas de folga e escondido no banheiro, nos momentos em que as tarefas assim proporcionassem.
Ao mesmo tempo em que trabalhava em serviços humildes de oficina mecânica já pensava em progredir ao prestar todos os concursos públicos surgidos para os mais variados cargos de nível médio. Passou por muitos dissabores, a fim de se adaptar ao novo emprego, quer no relacionamento com os colegas, ou também pela timidez e inexperiência no trato com o público usuário da empresa.
Um adágio popular dizia que “há males que vêm para bem”, e isto foi aplicado a Leontra, quando aquele senhor idoso o denunciou falsamente junto ao patrão. A sua demissão forçou-o a procurar outro emprego, encontrando este logo a seguir para desempenhar as tarefas de Serviços Gerais. A benevolência do seu primo, na época da sua maior penúria profissional, foi um dos fatos marcantes. Isto ficou preso na sua memória até o fim da vida e foi de enorme gratidão à prole do benfeitor, expressava ele.
O desempenho dos serviços gerais na oficina foi o trampolim para a arrancada definitiva de onde partiu Leontra para o sucesso. Entretanto, a permanência nele teve muitos dissabores. Primeiramente, por ser um tabaréu da roça e de costumes inversos, logo os colegas, ao perceberem aquela condição, passaram a fazer chacotas ao colocar-lhe todo tipo de apelidos. Pegou o de Zé da Baia por ter sido o de maior oposição. “Zé” em razão dos dois irmãos Zés e “Baia” em virtude da suposta zoofilia praticada pelo caipira, quando morava na roça. Depois foram as maneiras desdenhosas no tratamento profissional, como por exemplo, mandando-o buscar triângulo quadrado no almoxarifado para extrair dente do motor, ou um pano para enxugar gelo, e por aí afora. Posteriormente apareceram os demais problemas, advindos da timidez na difícil adaptação ao trabalho e na dificuldade de relacionamento com os chefes. Sentia-se inseguro em desenvolver o seu potencial de trabalho, nas ordens absurdas dos companheiros, e por fim o tolhimento da sua expansão profissional. Em todas essas barreiras estava lá Zé Baiano para encorajar o amigo-irmão Leontra e pedir-lhe paciência e perseverança que o comportamento honesto e sincero do trabalhador sempre proporciona bons resultados.
No período desse emprego e também com a orientação amiga de Zé Ícaro, Leontra executava não só as tarefas a ele atribuídas como também todas as demais solicitadas pelos colegas. Oficialmente deveria fazer a varrição das oficinas; descarregar e carregar peças e motores; controlar a entrada e saída dos serviços mecânicos; transportar manualmente dentro das oficinas todo tipo de material e demais serviços gerais. Entretanto, procurava também fazer algo mais em pequenos momentos de folga, tais como retirar peças do motor; desmontar motor; desempenar tampão; esmerilhar válvulas; e por fim ajustar motores, montando pistões, bielas, e virabrequim nos blocos.
Essas tarefas ele procurava executar fora do expediente normal e nos intervalos de refeição e lanche. A princípio fazia aquilo meio escondido, porque argumentavam os colegas sobre a possibilidade de comprometer a qualidade do trabalho, pela inexperiência do “mecânico”. Essa controvérsia durou pouco tempo até chegar ao conhecimento do diretor que lhe deu todo apoio para também aprender o ofício de mecânico. Porém, deveria executar primordialmente as tarefas da sua função contratual. As ilações dos chefes sobre defeitos dos serviços executados por Leontra também não tiveram sustentação, porque até então os clientes estavam satisfeitos com a qualidade. Daí em diante Leontra passou a ser causa de divergências entre os diretores, a respeito de promoção profissional. Lábino o incentivava, Icica era contra, Doniral ficava indiferente, e os chefes coçavam o cotovelo, procurando impedir o seu progresso, por inveja. Fazendo trabalho além das suas obrigações no emprego e caindo nas graças do patrão que mais diretamente estava ligado ao seu trabalho, Lábino até permitia implicitamente que ocupasse os momentos de folga para estudar as matérias nos dias de prova na escola.
O Lábino, querendo lhe premiar, certa vez removeu-o para trabalhar na limpeza da loja de peças nas ausências do faxineiro. Lá ele continuou com a mesma disposição de não ficar ocioso em instante algum, arrumando e organizando as peças nas prateleiras. Além disso, ainda ajudava a fazer alguns serviços externos, como o de levar ou buscar peças em outras lojas. Um dos fatos que marcaram Leontra naquela ocasião ocorreu num desses momentos, quando foi incumbido de buscar uma peça na loja do Tonabomba. O pessoal balconista era zombeteiro e gozador, motivo que fez ultrapassar a linha do razoável nesse episódio. Leontra foi “procurar” um jogo de bronzina que já havia sido transacionado entre os vendedores de ambas as lojas, e naquele vaivém, diz quem diz, quem falou e não disse, não se identificava a pessoa que deveria lhe entregar a peça. Aquele “quintiliálogo” enfadonho chegou até ao diretor, que se referiu a ele com a seguinte menção desdenhosa: “aqui está o Procurador da Ladário! ao que o outro lá do fundo respondeu:Ah!, procurador de peças?” Aquele ato de arrogância desprezível do empresário e de seu empregado feriu-lhe no mais profundo do ser e lhe corou o rosto de vergonha, de tal maneira que nunca se esqueceu daquela humilhação. Esse foi um fato motivador a lhe insuflar a vontade de se atirar com mais garra ainda na guerra da vida, de maneira tal que, muito tempo depois, Leontra pode mostrar a eles que fora alguém profissionalmente superior a procurador da Ladário Comércio e Indústria S/A.
Assim, ele trabalhava na loja e ainda ajudava nas tarefas da oficina, quando aumentavam os serviços dela. O Doniral, diretor comercial, responsável pela venda de peças, observando a vontade, o esforço e as qualidades do faxineiro substituto, aceitou transferi-lo para a Divisão Comercial como vendedor, o melhor e mais bem remunerado cargo da empresa. Antes disso o Lábino, diretor industrial, já havia lhe prometido promoção dispondo a lhe ajudar. Entretanto o diretor administrativo Icica e os chefes da oficina foram contra. Resultado: no lugar onde estava lá ficou como antes, sem embaraço e ressentimento, porém com a certeza de que bom empregado é melhor para empresa do que para si mesmo; é prejudicado por ser melhor, pois foram estas as justificativas dos contrários, de que ele era imprescindível onde estava e assim deveria permanecer exatamente na oficina.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Domínio Atrativo
DOMÍNIO ATRATIVO
Uma cidade grande do interior paulista foi berço na década de oitenta de uma família nascida sob o signo da atração. O venturoso casal já carregava – cada par – uma força estranha dentro de si capaz de remover montanhas. Analisando a bola da vez carregada na força da atração apregoada pelo best seller “O Segredo” poderia aqui propor tratar-se de pessoas paranormais com poder mental capaz de entortar cabo de garfo como o famoso exibidor circense Uri Gueller. Não. São pessoas normais como qualquer cidadão brasileiro. Gente comum, extraída do povo simples da roça, porém com bastante força de vontade na lida, visando um horizonte com objetivos firmes de progresso. No início da vida a dois já portavam um cérebro privilegiado e uma memória RAN de computador.
Discutiam e digladiavam desde os mais simples assuntos ao decorar uma placa de carro até os mais intrincados conceitos sócios econômicos como o mercado de capitais. Ao lado desta vida prática, comungavam os princípios religiosos cristãos. Dotavam assim o intelecto de conhecimentos externos e físicos com os internos e espirituais. Diria até que exercitavam noções cósmicas de forças estelares como também de estranhas idéias mentais oriundas dos princípios Aristotelianos – “faculdade de intuir os fins últimos da ação humana, inapreensíveis pelo conhecimento discursivo”.
Com estes princípios diferentes da maioria adotaram a máxima de que os iguais ficam parados no tempo e os diferentes seguem em frente, idéia semelhante a que fala uma música popular: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
A princípio, Maicro, sujeito forte e robusto com seus 1m95 de altura e 120 quilos de peso adotando a idéia das diferenças procurou uma companheira franzina e raquítica. O namoro foi uma experiência para a união em casamento, algo já em decadência naquela ocasião. Costume arraigado deste vínculo se dar por pessoas parentes, amigas, Zorat, uma desconhecida de complexões miúdas, nariz afilado, olhos oblíquos e testa larga foi o tipo caído nos agrados de Maicro. Trabalharam na mesma empresa, ele gerente e ela serviçal e de lá saíram casados com o primeiro rebento completando a família. Filho e pais diferentes no viver e no comportar. Keye nasceu como qualquer outra criança, mas se desenvolveu forte e rijo como um molecão.
Desenvolveram a vida de trabalho calcado nas idéias esquisitas de não copiar nada de ninguém, mas discutir idéias. Neste sentido, o pai advertia o filho, desde os bancos escolares, levar uma vida estudantil profícua, aproveitando as folgas de recreio para colocar as matérias em dia. Simples, não? Mas, veja de onde partiu todo o sucesso alcançado hoje.
Colocando, assim, o intelecto de conhecimentos externos e físicos Maicro começou exercitar influências cósmicas de forças galácticas, observando o pensamento de Issac Newton e depois de ver a beleza do universo mostrada através das imagens do Telescópio Hubbler, com galáxias distante até dezenas de milhares anos luz da terra e saber que tudo isto continua em expansão contínua, infinitamente. Observou que o cientista autor da “Lei da Ação e Reação”, ou simplesmente da gravidade disse certa vez extasiado:
“Esta noite deixei-me absorver pela meditação sobre a natureza celeste. Eu admirava o número, a disposição e o curso daqueles globos infinitos. Entretanto, eu admirava ainda mais a inteligência infinita que preside este vasto mecanismo. Eu dizia a mim mesmo ... É preciso que sejamos bem cegos para não ficarmos extasiados com tal espetáculo, tolos e ingênuos para não reconhecermos seu Autor e loucos para não adorá-Lo.”
Com idéias encaixadas e disposição de lutador Maicro avançou para a vanguarda com a bravura do leão e a mansidão do carneiro, duas armas antitéticas, mas igualmente eficientes a serem usadas nos momentos oportunos. Zorat recuou na retaguarda, dando suporte ao marido em todas as estratégias, previamente elaboradas. Enquanto isto Keye ia crescendo e se desenvolvendo na filosofia do “ser diferente”.
Enquanto muitos consultavam os compêndios econômicos baseados no consenso de Washington a família trabalhava unida em equipe com pés fincados no chão e cabeça concentrada no universo com base na diversidade dos seres.
Intrigado com a empregada doméstica, há 10 anos prestando serviços à família o garoto questionou o pai:
– Por que nossa empregada é ignorante e teimosa? Ela esqueceu ontem a receita daquele bolo tão gostoso! Peço para abrir a janela, ela abre a porta; mando-a lavar o cachorro, serve a ração. Você já explicou várias vezes a ela a lei das certezas: quem entra sai, quem abre fecha, quem acende apaga, não? Sim Filhão – é assim que Maicro tratava seu molecão – o papai age com ela da mesma forma como tem ensinado você. Confrontar vocês é fácil encontrar as diferenças. Se você fosse igual seria empregado; se ela fosse diferente poderia ser empregadora.
Passaram-se os tempos, percorreram os espaços, tempos e espaços distintos; dentro e fora do sistema sócio-econômico, aqui e acolá como tico-tico no fubá. Maicro ao se ausentar da família para compromissos profissionais de longo prazo adotava a premissa das duas proposições silogísticas de que poderia voltar mais rico ou mais pobre, porém sequer pensava na segunda hipótese. Se a minha saudosa ausência fizer morada na família, procure no coração e aí me encontrarão. Partia repleto de pensamentos na cabeça, cheio de vozes estelares e abundantes cifrões nos olhares. A cabeça ficava, às vezes no mundo da lua, ora na morada dos deuses para captar as vozes das estrelas e falar com mundos distantes; a visão infiltrada no mais profundo do Ser objetivo e encontrar a riqueza. Zorat, cuidando da família, sempre em contato com o marido administrava tudo, juntando bens patrimoniais e elevando Bens espirituais. Diferente do princípio evangélico de que “quem dá aos pobres empresta a Deus”, a esposa de Maicro não entregava aos pobres o que recebia de Deus. Mancomunada com os políticos mais influentes tramava as mais altas falcatruas nas licitações, deixando de executar serviços em obras contratadas, utilizando em proveito próprio recursos de programas sociais. A sua Organização Não Governamental, preparada para funcionar com apoio aos desempregados, na verdade condenava os trabalhadores. De embuste em ludibrio e de logro em fraude, aumentou a diferença da renda nacional: rico cada vez mais opulento e pobre mais miserável. Pura hipocrisia!. Tanto se misturou ao meio que chegou a deputada com objetivo único e exclusivo de posses. Keye, aliado aos pais e no princípio da diferenciação, inverteu todos os conceitos da ética, da moral e dos bons costumes. Eticamente violentou a filosofia, moralmente estuprou a família e habitualmente menstruou as peculiaridades humanas. Com muito dinheiro para gastar fundou entidade contestadora do fim último da pessoa humana, retirou Deus da vida na terra e trocou os conceitos do bem e do mal. Destruiu a célula da sociedade nas famílias incautas com prazeres instantâneos, através de falsas promessas. Mancharam de sangue todas as vidas passadas pela sua organização diabólica, a Igreja Infernal “Cruz de Caravaca”. Atraídos por esta igreja multidões devassas fizeram de Keye um ídolo às avessas com status divinos.
Riqueza, posses e status são tudo o que os diferentes almejam e nada que os iguais alcançam, pois quem sou faz a diferença.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
"Ghost-writers" das leis, consultores legislativos
Eu pensava que os nossos parlamentares legislavam, entretanto não é bem assim. Então Leiam a reportagem abaixo da jornalista do Uol Cláudia Andrade de Brasília.
Saúde e paz
Azevedo.
Claudia Andrade - De Brasília
Os deputados e senadores levam a fama, mas a maioria dos projetos, relatórios e pronunciamentos apresentados no Congresso Nacional não são de autoria dos parlamentares nem de seus assessores diretos. No anonimato, uma equipe de servidores públicos concursados dedica-se a transformar em páginas e páginas de artigos e dados técnicos a idéia inicial do senador ou deputado. Mais do que atender os pedidos, os consultores orientam os parlamentares a respeito das demandas apresentadas. Desta forma, tornam-se formadores de opinião dos políticos. Gustavo Taglialegna, um dos 147 consultores do Senado que atuam como "gost-writters" das leis"Ghost-writers" das leis, os consultores legislativos são quase 350 na Câmara e no Senado. Estima-se que 9 em cada 10 projetos têm os dedos deles em sua elaboração. "O senador pode apresentar o projeto que ele quiser, até um para revogar a lei da gravidade. A gente faz, mas entrega junto uma nota técnica alertando que ele pode ser ridicularizado, que a comunidade científica provavelmente vai contestar, por se tratar de uma lei muito importante. Ele pode seguir nossa orientação e abandonar o projeto ou insistir e apresentar mesmo assim. Isso fica a cargo dele", ilustra o consultor-geral do Senado, Bruno Dantas.Os casos em que um projeto sofre alterações a partir das sugestões da consultoria legislativa são comuns. Dantas cita como exemplo a Lei de Falências, sancionada em fevereiro de 2005. "O projeto chegou bem cru pra gente. Um dos nossos melhores consultores analisou e argumentou com o senador Ramez Tebet (relator do projeto na Casa) que, do jeito que estava, a proposta não ia mudar nada, ia causar ainda mais confusão", conta o consultor-geral.Segundo ele, dos 100 artigos que compunham a matéria inicialmente, a consultoria chegou a 300 no substitutivo. "O difícil foi o senador convencer o líder do governo e o Ministério da Fazenda de que as mudanças eram necessárias. Porque, como o Senado é uma casa revisora, com as mudanças o projeto teve de voltar para a Câmara para ser votado mais uma vez, o que levou mais tempo. Mas o resultado foi uma lei bem mais completa", avalia.
Ministro diz não ter lido plano de reforma política
O ministro das Relações Institucionais, José Múcio, admitiu que não leu documento entregue ao presidente Lula na semana passada com as propostas do governo para a reforma política. O texto, divulgado pela Folha, cita a existe um "incentivo ao mercado partidário para manutenção das bases de coalizão". "Ninguém falou em um mercado partidário. A proposta não fala disso. É tudo um mal-entendido", insistiu Múcio.O inverso também ocorre, quando um consultor não consegue convencer o parlamentar a incluir algum artigo que considera importante. Dantas cita um exemplo que ele mesmo vivenciou. "Eu achava que a Lei de Execução (que trata de ações de cobrança) podia ser mais audaciosa no sentido de proteger melhor o credor. Porque as leis sempre têm um viés mais para o devedor, que é tratado como coitadinho, o que nem sempre é verdade. Mas não consegui incluir algumas sugestões porque o senador disse que os acordos para a aprovação já tinham sido fechados e não tinha como fazer mudanças."Para o consultor-geral, é importante manter um certo distanciamento do trabalho. "O consultor não pode ter paixão pelos projetos. Mas é verdade que uma das coisas mais frustrantes é elaborar um discurso e não vê-lo pronunciado", admite. Gustavo Taglialegna é um dos 147 consultores do Senado. Ele trabalhou no projeto da Lei de Biossegurança e, a partir dele, desenvolveu tese de mestrado sobre a atuação de grupos de pressão na tramitação do projeto. "Mesmo a gente sendo 'ghost-writer' é gratificante ver uma lei sendo aprovada e saber que a gente teve uma participação ali", conta. Opiniões pessoaisSe a análise técnica permite intervenções do consultor, por meio de nota técnica anexada ao projeto, relatório ou pronunciamento, opiniões pessoais e ideologias políticas devem ficar fora do trabalho. "Não há nenhuma restrição ao consultor se filiar a um partido político. Ele só não pode transpor sua ideologia para o trabalho. Antes de voltar para o gabinete do senador, um projeto passa por quatro pessoas. Isso serve não apenas para identificar erros conceituais e de gramática como também para identificar qualquer intervenção ideológica, que não é tolerada", ressalta o consultor-geral. Por outro lado, a consultoria pode avaliar o efeito prático de uma idéia que tenha origem puramente política. "Muitas vezes um parlamentar representa um determinado grupo e sofre pressão para apresentar um determinado projeto, que não é viável. Nós preparamos o projeto, mas dizemos que ele tem tais e tais problemas. Normalmente o que acontece é que o senador cumpre seu papel, mostra o projeto e a nota para seus apoiadores e pergunta: 'e aí, vocês estão dispostos a enfrentar todos esses obstáculos?'", exemplifica.Na opinião de Bruno Dantas, sem o trabalho da consultoria, "o senador não tem condição de exercer o mandato". "Ele tem conhecimento em duas ou três áreas, mas é requisitado para tudo. Aí é que a gente entra", diz. PerfilPara atender aos 81 senadores, os 147 consultores se dividem em quatro grandes áreas de atuação: direito, economia, social e pronunciamentos, cada uma com subdivisões. Ao prestar concurso, o candidato já faz a opção pela área em que deseja atuar, o que não impede que médicos ou historiadores atuem na área de direito, por exemplo. A área social conta com antropólogos, educadores e sociólogos, entre outros. Em tempo: o salário de um consultor em início de carreira é de R$ 11 mil. O último concurso foi realizado em 2002 e o consultor-geral já aponta carência em algumas áreas. "O direito penal tem falta de consultor, porque tem muita CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que tem apelo popular muito grande, e por isso os senadores sempre querem apresentar algum relatório ou projeto. A área de Minas e Energia, com o 'boom' do petróleo e do gás, também tem um volume muito grande de trabalho, para apenas dois consultores", cita. Como alguns dos integrantes da equipe já estão aptos a se aposentar, Dantas espera a realização de um novo concurso, ainda sem previsão para ocorrer. A equipe atual é formada em sua maioria por homens e a faixa etária vai de 28 a 68 anos. Consultoria externaA Câmara dos Deputados também possui um serviço de consultoria legislativa dedicado a elaborar projetos, relatórios e pronunciamentos para os parlamentares. A reportagem do UOL tentou falar com Ricardo Rodrigues, diretor do serviço de consultoria, que não quis dar entrevista.Uma reportagem publicada pelo jornal "Correio Braziliense" no início do mês apontou que das 1.429 proposições apresentadas entre fevereiro e junho deste ano, apenas 437 foram feitas pela equipe de 200 consultores da Câmara. Ou seja, em quase 70% dos casos, as consultorias externas foram privilegiadas. Neste caso, os deputados pagariam o serviço com a verba indenizatória de R$ 15 mil a que têm direito mensalmente.No Senado, o consultor-geral estima que "mais de 90%" dos projetos apresentados passem pela consultoria interna. Os demais ficariam a cargo dos assessores pessoais dos parlamentares ou de consultorias externas. "O problema é que a consultoria externa sempre tem lado. Nós não temos lado, porque não podemos ser mandados embora nem temos nosso salário reduzido", pondera.Bruno Dantas acredita que os consultores do Senado têm mais condições de atender aos pedidos, uma vez que a clientela para a qual prestam serviço é menor. "Mesmo se ele for do baixo clero, não tiver uma boa equipe de assessores com ele, a gente vai atender do mesmo jeito", afirma. No primeiro semestre deste ano, o setor recebeu quase 5.000 solicitações. Ao longo de todo o ano passado, foram 9.500. Na Câmara, a demanda dos 513 deputados pode atingir 28 mil solicitações por ano.