sábado, 29 de novembro de 2008

LINK's ÚTEIS.

Verifiquem na seção de Link que postei dois bastante úteis. Visitem-nos
a) Sobre consulta de preços dos remédios
b) A respeito de Literatura.

UTILIDADE DO IDOSO

Aos companheiros de jornadas para comentar que, embora nada tendo a comemorar, pode-se entretanto analisar o massacre do idoso imposto pelos segmentos sectários neo-liberalizantes globalizados, ditos modernistas, quando enxergam somente cifrões a tilintar nos ouvidos e a ofuscar nos olhos. O velho tornou-se produto descartável. Sim! porque o "deus mercado" passou a mercantilizar as consciências dos jovens e adultos julgados produtivos com todas as suas forças físicas e mentais. Os avós são considerados pelas empresas, pelas comunidades, pelos governos - principalmente por estes - pela sociedade e até pelas famílias como inúteis. Os idosos saudáveis ainda têm boas idéias sobre o sentido da vida e experiência laborativa para oferecer a quaisquer segmentos socioeconômicos. São portadores de qualidades e capacidades de bem servir e de satisfazer às necessidades humanas, quer no trabalho, ou na família. São, portanto, úteis.

Um dos nossos municípios com estância balneária de águas minerais - de pequena dimensão - provou estes argumentos ao dotar toda a sua administração de primeiros a terceiros escalões com pessoas da terceira idade obtendo excelentes resultados. Pena que os políticos não se interessam por estes modelos administrativos, pois lá não há conchavos, conluios e nem mancomunações. E, tudo está assim por causa da competitividade acirrada por dinheiro e pelo engalfinhamento dos endinheirados, com finalidade de poder rezada na cartilha do capitalismo selvagem, implantado no mundo globalizado pelo "Consenso de Washington". Não conhecem o amor, não se interessam pelo bem do semelhante e sequer ouvem o grito dos despossuídos. Já dizia Martin Luther King "O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."

Os velhos não silenciam e são bons. Por exemplo, conheço um tentando ser lido por quem pode solucionar o problema.

No mundo contemporâneo, a capacidade de amar está se esvaindo na desqualificação da excelência humana, porque as pessoas se relacionam de maneira utilitarista egoisticamente.

Há também um pensamento Azevediano que diz: " Até no limiar da Juventude Acumulada eu comia fogo e cuspia brasa, agora sou um borralho pachorrento".
Azevedo – Ribeirão Preto – 27/02/2007

terça-feira, 25 de novembro de 2008

LINK sugerido para utilização literária. Podem visita-lo

Livro de Família

Este texto está fazendo parte de um livro antológico a ser editado pela ALL PRINT EDITORA, com lançamento previsto para dezembro de 2008.
A BICICLETA.

Um episódio bastante exemplar Maicro experimentou quase no final da sua vida. Vindo da roça para a cidade, o objeto de maior importância que levou foi uma bicicleta que fez história na sua vida. Foi a condução rural para os deslocamentos de casa para as roças, e de casa para os passeios aos bailes e nos namoros. No noivado, viajava mais de 50 quilômetros de distância. Nela transportava seus irmãos menores, a esposa e até sua mãe. Serviu a ele, ao Zilo e ao Oducha durante mais de quinze anos na cidade para locomoção ao trabalho e em alguns passeios, de maneira adequada e útil em todos os sentidos, podendo ser considerada o objeto de maior proveito para a família. Pois bem, eram pessoas a utilizar a mesma condução e o faziam em perfeita harmonia entre os tres. Após a evolução social de Maicro e a morte de Solarzé quando possuíam juntos três automóveis novos e dois usados; o filho mais velho de posse de dois carros novos e um velho, Maicro um novo – o melhor de todos – e outro velho, e o filho mais novo um velho, brigaram as duas famílias porque quiseram usar o melhor carro – uma perua Mercedes, adaptada – do pai ao mesmo tempo e para passeios em lugares diferentes. Esta condução havia sido adaptada para o transporte de 8 pessoas de maneira tal que poderiam viajar juntas as tres famílias. No mês de setembro Maicro agendou uma viagem utilizando a Mercedes, a fim de passar as festas natalinas daquele ano no litoral. Porém a intenção do velho era de que pudessem fazer a primeira viajem, cumprindo a finalidade da condução: transportar as três famílias. Em meados de novembro, o filho mais novo mudou de idéia e resolveu visitar o sogro nas férias de fim do ano, distante 1.200 kilômetros, contando para isto com a Mercedes. Como já havia sido programada a viagem para o litoral, não pode satisfazer a vontade do filho, Oducha. Por sua vez este argumentou que o seu irmão poderia utilizar os seus carros novos para se deslocar até o litoral e o carro dele, sendo mais velho, não agüentaria a viagem por ser distante. Portanto, em virtude de tudo isto, os dois se desentenderam e estragaram as festas das famílias naquele ano. Daí Mairco chegou a seguinte conclusão: enquanto eram simples e humildes convivíam harmoniosamente servindo os tres de uma só bicicleta; e quando as três famílias tinham cinco veículos, os dois brigaram por questões de poder.
Portanto, nestes tempos da era cibernética, da ciência e tecnologia progressivas da economia globalizada e dos governos liberalistas, tornar-se pai deixou de ser sublime como nos tempos Bíblicos, por exemplo. Em tempos não muito remotos, na década de sessenta, tais como os Patriarcas Bíblicos Abraão, Isaac e Jacó, os pais eram exaltados por suas descendências e respeitados na velhice pela nobre missão de dar-lhes a vida. Como vemos no quarto mandamento do decálogo, os filhos deviam honrar pai e mãe, reverência esta que até pouco tempo era hábito. Costumavam os filhos tratar seus pais com apreço e mesura desde ao primeiro cumprimento do dia no café da manhã com o pedido de bênção, até ao dormir com a mesma solicitação da graça Divina. As famílias viviam em verdadeira harmonia, quer no lar, no trabalho e até no lazer. Os filhos faziam refeições juntos; noivavam e casavam consensualmente concorde com os pais; pediam opinião dos pais nas decisões importantes; entregavam todo o produto do trabalho - quando não faziam parte da mesma empreitada - aos pais, vivendo em perfeito vínculo de uma sociedade de economia familiar bem sucedida e, por aí afora.
O que vivemos hoje, nos tempos ditos modernos, é a ironização da sociedade aos filhos que ainda tratam seus pais com respeito, é uma verdadeira demolição dos sadios costumes nas relações entre pais e filhos; em fim, um autêntico desmantelamento do núcleo familiar.
O desenvolvimento social e econômico do mundo moderno com os pais abençoando os filhos num talão de cheque, ou obrigando-os a esmolar na rua, originou maiores distâncias entre o rico e o pobre. O encurtamento das distâncias nas comunicações pela velocidade e quantidade das informações midiáticas entupiu o canal de comunicação dentre filhos e pais. O alargamento dos espaços nos conglomerados urbanos e o esvaziamento da permanência paterna na zona rural criaram distâncias maiores. A falta de perspectivas para os jovens se desenvolverem ficou ofuscada pela globalização da econômica e desuniversalização do trabalho. A desilusão dos idosos e o egoísmo pela competição financeira desmedida dos jovens tornaram-se quase impossível para pais e filhos permanecerem fiéis à tradicional convivência fraterna das famílias.

sábado, 8 de novembro de 2008

Comentário sobre o Livro TRANSIÇÃO

Com autorização da autora anexo seu comentário abaixo com algumas observações a respeito das personagens.

Obrigado por você ter lido o livro todo.
Embora narro no livro tema das transições desde o nascer até o morrer, enfocando mais a transição do homem sofrido e ingênuo da roça para o cidadão ladino e urbano, as personagens - pouco na primeira parte e nada na segunda - têm a ver comigo propriamente. A primeira parte é um intróito e a segunda o corpo do livro com as mesmas personagens nos diversos segmentos da vida: pode ler de novo e verificar que tudo é metaforizado. A personagem Zé Baiano tem alguns lampejos com a vida do escritor. Só, também. Lógico que não narraria episódios desconhecidos, porém se você ver alguns com semelhança da minha vida isto é somente uma analogia. As pessoas vistas e identificadas por você, poderiam ser de tal maneira o Tito, o Abade e o Renato como quaisquer outras tantas existentes na minha imaginação. Trata-se do coletivo e não o individual. No meu mundo há muitos poucos Titos, muitos Abades e inúmeros Renatos. Como o Azevedo poderia encarnar as cinco personagens principais e as duas secundarias? Explico: procurei englobar as sete principais atividades para um indivíduo empreendedor vencer as diversas barreiras da vida, e para cada uma destinei uma protagonista. Então, a familiar está representada por Zé Baiano, a profissional por Leontra, a estudantil por Zé Icaro, a social por Chaline, a religiosa por Capelônio, a amorosa por Romeu e a folclórica por Folclorino.



"Já terminei de ler seu livro. Foi uma surpresa para mim. Eu realmente ia ler seu livro por uma questão de amizade, de consideração e de gratidão, pois você é uma pessoa muito querida por mim, pois você se fez querido por mim, por estar sempre presente nos momentos que eu precisei de você e também por termos vivido uma história em comum e inclusive por termos até um sobrenome em comum( isso é brincadeira). Mas eu disse que seu livro foi uma surpresa, pois mais que uma história de vida é retrato também de uma época. Você retratou muito bem a vida do homem do campo, a sua luta com a terra pela sobrevivência, os desafios, as frustações e acima de tudo a fé , a esperança por uma vida melhor. Prendeu muito a minha atenção, talvez porque eu tenha me identificado com muitas situações. Achei muito rico de conteúdo, é uma história de vidas, de exemplos positivos e acima de tudo é uma lição de vida. Oferece base para uma análise sociológica e pesquisa da vida do homem do campo. Achei interessante a sua doação dos livros às escolas. Consegui identificar muitos personagens, como Dr Renato, Abade, Tito, mas não consegui identificar e nem lembrar do nome do seu irmão funcionário do Inss, que trabalhou e se dedicou tanto e não teve reconhecimento e nem valorização pelas "VAIDADES DAS VAIDADES" da época. Me fale uma coisa, Romeu é você? É o seu lado sombra ? Tem coisas muito interessantes no seu livro e uma parte que me chamou a atenção é quando você relata que seu irmão bebia urina quando trabalhava, e você sabe que tem uma técnica de tratamente alternativo que se chama URINOTERAPIA ? Eu conheci um caso de uma gerente da Caixa Economica, agora não lembro se Federal ou Estadual de Rio CLaro, ela teve cancer , e ela disse para mim e outros pessoas em um CUrso na Universidade Federal de São Carlos, que ela tomava urina (dela mesma), e assim como ela outras pessoas. Tem um remedinho que você falou lá que também me interessou, vou procurar saber se ainda existe.INteressei - me também pela técnologia do Cupim. Não sabia que você participou no Projeto Rondon, Jari e etc. Parabéns AZEVEDO, é muito bom ter histórias para contar e acima de tudo ter o dom para contar e o mais difícil ainda transmiti -las através de palavras que que expressam vida, calor humano,sentimentos, paixões,sonhos, lágrimas e acima de tudo saber que veio nessa existência e não foi em vão pois plantou árvores, teve filhos e escreveu o livro da vida. Lembrei - me agora de uma frase que li em Gramado, na Casa do Papai, escrita em um quadro de madeira, que fica fixado em uma parede quando se desce para a adega, diz assim ( acho que é mais ou menos isso )" Um homem para ser feliz precisa de uma família e um pedaço de terra" .Eu me lembro que quando li isso tocou - me o coração e eu saí de lá de dentro chorando, acho que mexeu com minha raízes, alguma coisa armazenada no meu inconsciente. Seu livro também mexeu muito comigo, com minhas lembranças pois fui criada até 8 anos na fazenda. Adoro quando chove e eu sinto o cheiro da terra. Parabéns Azevedo, por você ser você mesmo, seu carater, integridade, coragem e honestidade.
ABS Marina"